MiniIDE: O renascimento do CP-400

Em meados de 1984 a Prológica lançava o seu CP-400, um micro TRS Color compatível e que vinha para disputar uma fatia do mercado que era dominada em grande parte pela Microdigital com seus TKs. Apesar de não ser da mesma linha dos micros da concorrente, o CP-400 conseguiu atingir certo sucesso e vendeu bastante até a chegada dos MSX.

CP-400_Anuncio

Propaganda da época.

Como qualquer outro micro doméstico da época, o acesso aos dados era feito principalmente através de cassete. A Prológica lançou para acompanhar o CP-400 uma unidade de disco externa conhecida como CP-450, mas devido ao seu custo altíssimo não foi um grande sucesso em vendas. Hoje é um item bem raro de se achar inclusive.

CP-450

CP-400 e sua unidade de disco, a CP-450.

Outro grande revés do CP-400 foi a Prológica colocar toda a circuitaria de um TRS Color em um gabinete de proporções tão diminutas. Ela usou como base um gabinete de Timex 2068 e adaptou o slot padrão Color na mesma posição do slot deste clone de Sinclair. Com isso, ela praticamente matou qualquer possibilidade de uso de outras interfaces de TRS Color no CP-400. Essa falta de espaço físico no slot do micro acabou se tornando um obstáculo grande para a implementação de qualquer interface original de Color Computer para ele.

A idéia…

Recentemente apareceu uma oportunidade na lista internacional de Color Computer para aquisição de algumas unidades da Glenside IDE. A Glenside é uma interface IDE simples para o Color Computer feita inicialmente pelo pessoal do Glenside CoCo Club (o maior clube de usuários do Color Computer ainda em atividade e que é responsável pelos encontros anuais, as famosas “CoCoFEST”)

Interface IDE da Glenside.

Não perdendo tempo, solicitei duas unidades da Glenside para mim. Antes da chegada das minhas placas, o ilustre cocomaníaco Luis Antoniosi (vulgo Retro Canada) descobriu a possibilidade de usar a Glenside em conjunto com adaptadores IDE-CF padrão. Assim sendo, ele mesmo preparou uma imagem de CF com tudo o que existe para a plataforma. Em resumo, quando minhas unidades da Glenside chegaram foi praticamente colocar a imagem do Luis em um CF e usar. De uma forma fácil, temos praticamente tudo o que precisamos para o Color Computer dentro de um CF e pronto para uso.

Glenside conectada a um CoCo3. Devido ao tamanho tem que ter algum suporte embaixo da placa para poder sustentá-la na posição certa.

Uma das características da Glenside é o tamanho avantajado da placa, uma coisa que é meio que padrão para as interfaces de Color, mas também devido a existência de dois soquetes EDGE para a colocação de um cartucho com a ROM própria da IDE e outro livre para uso combinado de alguma outra interface. Devido ao tamanho a mesma só pode ser usada de forma racional em um Color Computer (ainda tentei usá-la no meu Dynacom, porém fica inviável como mostra a foto abaixo).

Glenside no MX-1600. Torre de Babel!

Daí em certo momento me veio a idéia: “Será que daria para fazer uma placa menor e que fosse compatível em tamanho com o slot de um CP-400?”. Uma placa assim seria perfeita pois traria de volta do ostracismo o tão relegado micro da Prológica além de também ser usável em outros Color Computers. Levei então esta idéia a um amigo aqui de São Gonçalo e grande fabricante de hardware novo para micros clássicos, o Victor Trucco. O interesse foi imediato e logo deixei uma das minhas Glenside com ele para o estudo da possibilidade de replicação. Com isso, surgiu a MiniIDE e que faz juz ao nome.

Protótipo da MiniIDE.

Comparação de tamanho entre a MiniIDE e a original da Glenside.

Perfeitamente encaixada no CP-400!

Até mesmo os outros Color nacionais também vão se beneficiar com a nova interface. Olha a MiniIDE funcionando perfeita no Dynacom MX-1600.

Atualmente o projeto está em andamento e fechado em 70 interfaces prontas da MiniIDE. Em breve todos os participantes do grupo de aquisição estarão recebendo suas interfaces e trazendo de volta a vida os tão relegados CP-400 desse Brasil. 🙂

Aqui segue o album de fotos completo do protótipo e dos testes realizados.

No próximo artigo estarei abordando a instalação e configuração da MiniIDE. Aguardem!

Abs,
Daniel

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Let´s Play: D/Generation

Mais uma dica de game legal pra passar o tempo na frente do seu Amiga 😉

d-generation_01

D/GENERATION é um “adventure de ação” com gráficos isométricos.

Imagina a cena: Você é um “currier” que precisa entregar uma encomenda num laboratório em Singapura. Ao invés de chegar de moto, parar na calçada e entregar o pacote na portaria, você pousa com seu JetPack no terraço, afinal estamos em 2021!

d-generation_09

O nome do laboratório, ou melhor BioLaboratório, é Genoq. Trata-se de um mega prédio, cheio de salas, armadilhas, quebra-cabeças, computadores com informações que podem ser úteis (#ficaadica) e muitos reféns para salvar!

d-generation_10

Os gráficos não são lá essas coisas, o som muito menos, mas a atmosfera do jogo e os quebra-cabeças são bem legais! Você vai coletando itens ao longo das fases, como chaves e granadas que serão úteis para acessar outras salas, andares e explodir alguns periscópios assassinos entre outros itens de segurança do prédio.

Quando estiver com o laser, não saia explodindo os computadores… você pode precisar deles! E não esqueça de tentar obter informações dos reféns, alguns deles têm dicas fundamentais para você conseguir avançar.

Tai um jogo que não é um primor da tecnologia, mas é um dos gêneros que eu mais gosto. Tem estratégia, ação e as caraterísticas de um adventure, tudo num jogo só!

E aí? Let’s Play?

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dgeneration

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Pra ajudar, aí vai o manual do jogo (em inglês):

JOYSTICK CONTROLS

—————–
Your joystick is automatically calibrated when the game starts. If your
joystick behaves strangely, you can recalibrate it by releasing the joystick
and pressing CTRL-J. If you are still having problems, adjust the joystick`s
time controls and press CTRL-J again.

Push the joystick in the direction on screen that you wish to go. For example,
push the joystick UP to move the character up screen, or push the joystick
DIAGONALLY to move diagonally on screen. You can move the character in any of
8 directions using the joystick. You can open and close doors by bumping into
the long side of the `triangular yellow wall switches`. You can also shoot
doors, but you need to find a gun first. To fire your laser gun, press either
joystick button. From then on, this will be your laser button. To throw
grenades, press the other joystick button.

KEYBOARD CONTROLS
—————–
If you don`t have a joystick, you can do the following:

Use numeric keypad to move.
(Example, press 7 to move diagonally.)

Press SPACEBAR to fire the laser.

Press T to throw grenades.

If you fid the keyboard controls difficult, press ALT-K for the alternative
control mode. This will rotate the movement key effects by 45 degrees.
Pressing 9 on the numeric keypad causes the player to walk directly towards the
top of the screen.

You can also use the following special keys:

ESC – Freezes the game, and continues it.

ENTER – Talk to a survivor.

S – Displays your status.

U – View and select weapons you can use, if any.

CTRL-A – Aborts the scene when you are trapped and takes away a life.
Restarts play from where you last entered the room.

CTRL-J – Recalibrates your joystick. Be sure that your joystick is in
its centre, released position.

CTRL-K – Toggle keyboard only mode on and off.

CTRL-Q – Exit D/Generation.

CTRL-R – Restores previously saved game.

CTRL-S – Toggles sound on or off.

CTRL-X – Swap joystick axes.

ALT-K – Toggle alternative control key mode on and off.

ALT-R – Restarts play from the beginning of the level.

ALT-S – Saves game.

WEAPONS MENU
————
Press U to see how many, if any, of the following weapons you have:

Bomb – Blows up stuff

Clock – Slows down time for everything and everyone but you.

Shield – Protects you from everything. If a tracker hits you, the
shield is destroyed but you don`t die.

Plasma Barrier – Form a plasma barrier that bounces off the walls. But stay
out of its way!

Security Package – For Derrida`s eyes only.

To select an available weapon, press <- and -> to highlight, then press ENTER.

NEOGENS
——-
The Neogens are extremely dangerous, genetically engineered organisms. They
have spread through the building using the ventilation system, and they are
attacking anything human in sight. The four generations were designed over a
period of years and have become increasingly sophisticated with each successive
generation.

A/Generation – Bouncing red ball that smothers its target. Cloaks itself by
going transparent.

B/Generation – Bouncing blue cylinder that crushes target. Extremely fast.
Can hide in floor.

C/Generation – Humanoid that can disguise itself as anything, animate or
inanimate. Decaptates target.

D/Generation – Single prototype. Project classified.

SECURING ROOMS
————–
Rooms with Neogens or vents must be secured before you can rescue any trapped
workers. To secure a room, you must kill every non-human organism and seal
every vent. You seal a vent simply by running across it. When a room is
secured, all vents will turn green, and the red security door will open.

SECURITY SYSTEM
—————
The building security system includes:

Security Switch/Key – A white triangle with a smaller grey triangle in the
center. Each of these opems special doors, and cannot
be triggered until you are holding a security key of
sufficient level. The keys can be found in adjacent
rooms, and can only be used on the floor where you find
them.

Electrified Plate – Blinks on and off at intervals. These will instantly
fry you if you step on them while they are active.

Tracker – Scans the room looking for a target, firing on anything
human.

Plasma Barrier – Rebounds between walls. Will destroy anything on
contact.

Teleporter – Moves anything instantly from one place to another.

SURVIVORS
———
The workers who are trapped in the building might be able to help you out, and
provide you with information that will help you discover who Derrida is and
where you might find him.

RESCUING SURVIVORS
——————
You can only rescue a survivor when the room is secure (You must kill every
non-human organism and seal every vent by running across it). Once a survivor
feels safe and sees you, he or she stands up, runs to you, and waits for your
guidance. You must lead each survivor past any active security devices to a
safe exit, marked by a red arrow.

Be careful when firing the laser – a stray bolt could easily kill an
unprotected person.

QUESTIONING SURVIVORS
———————
Press ENTER while standing near survivors to see a dialog menu. To select a
question or statement from the menu, Press DOWN arrow or UP arrow then ENTER.
You can modify some menu selections ending with “….” by pressing -> or <- to
scroll through sentences.

HINT: Use computer terminals to get additional information.

LIFE AND DEATH
————–
You begin the game with 5 lives, and you lose one life anytime you are killed.
Each time you save a survivor you gain one life. When you lose your last life,
you start over from the beginning of the level with the same number of lives
you had when you began that level.

At any point, you can press ALT-S to save your game position. Press ALT-R and
you will appear at the beginning of the level where you last saved.

 

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Let’s Play: Project X

Nos áureos tempos, lá pelo final dos anos 80, início dos 90, era comum comprarmos aquela linda revista importada, que aliás custava uma pequena fortuna, e nos deliciarmos com a leitura e as análises dos programas, periféricos e principalmente dos jogos.

Cada revista tinha o seu padrão, algumas com notas de 1 a 10, outras avaliavam como “bom”, “regular” ou “ótimo” e havia ainda os que trabalhavam com índices percentuais “apurados” (95%, 82%). Provavelmente faziam um levantamento com o pessoal que testou  o game e em seguida era hora do “ratatá” pra poder chegar à essa nota final fantástica.

Mas independente do formato, isso servia como um termômetro bem aceitável, embora não infalível, pra saber que jogo você ia pedir pra àquele pirata, ops!, amigo que vende jogos, copiar, ops!, quer dizer, fazer uma cópia de segurança pra você.

Tentar reeditar isso seria pretensiosismo da minha parte e até trabalhoso demais, principalmente pelo pouco tempo livre que temos nos dias de hoje. Mas não custa nada dar umas dicas de qual jogo você deveria testar ou dar aquela segunda chance  num final de semana chuvoso desses, não é mesmo?

Por esse mesmo motivo, não tenho como objetivo fazer um review do jogo, mas apresentá-lo de forma sucinta e deixar você que está lendo o artigo, pelo menos com vontade de jogá-lo.

Então pra começar, vamos de Project-X (Team17)

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Project-X é um Shoot’em Up da melhor espécie. Atire em tudo que se mexe, pegue os powerup´s, vai equipando sua nave, por que você vai precisar! Aliás, você pode escolher entre 3 tipos de naves e elas têm características distintas, como armamentos e velocidade.

Os gráficos, jogabilidade, som, tudo é muito bom! Os samples que informam qual armamento está selecionado é um show à parte, mas… é difícil pacas! Tudo bem que eu não sou um “viciado em games”, mas pra vocês terem uma ideia, eu nunca vi a cara da terceira fase! Tá já vi sim, mas só em fotos e vídeos do youtube 😀

A Team17 percebeu isso e lançou uma versão com algumas “facilidades”, chamada de Project-X SE. Nela você já começa com vários power’ups, uma forcinha a mais pra ninguém ficar frustrado e desistir antes da hora. Existe ainda uma versão para o AMIGACD32 que pretendo testar em breve.

Agora algumas imagens, assim não preciso escrever 1000 palavras 😉 Até a próxima!

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HTML5AmigaEmulator_ProjectX_Snake

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Project-X_-_Special_Edition_93_1

Project-X_-_Special_Edition_93_2

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AMILIVE 2014.1 RJ

Amilive

Acontece nesse domingo, dia 23/03/2013, mais uma edição da AMILIVE!

O evento será realizado na Rua Pedro Alvares Cabral 768, Casa 53 – Centro – Nilópolis/RJ Começa às 10:00 e termina às 19:00

Segue o comunicado do organizador:

Tragam o seu Amiga favorito! 
Teremos Mesas e ponto de rede para ligar os amigas de todos
QUE AVISAREM COM ANTECEDÊNCIA! 

OBS: Avisar com NO MÍNIMO 72 HORAS DE ANTECEDÊNCIA se vai trazer ou não seu
micro, para que eu possa deixar tudo esquematizado aqui.
Tenho alguns monitores VGA e 1 RGB para quem não conseguir trazer seu
próprio monitor.

*PARA QUALQUER DÚVIDA E CONFIRMAÇÃO, POR FAVOR ENTRAR EM CONTATO PELO TELEFONE: 21 98368-9311

OU ENVIAR EMAIL PARA: DIGAORJ_RJ@YAHOO.COM.BR”

 

 

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Amiga 1200C – parte 3 – Acelerando um pouco as coisas!

Depois de conseguir encaixar a placa no gabinete do A600, inclusive com as portas de mouse e joystick e os LEDs já funcionais, e com a interligação mais discreta e sem todo aquele volume dos cabos inicialmente usados, eu já tinha conseguido o objetivo principal.

Aliás, eu já tinha conseguido muito mais do que esperava! Eu já estava nesse pé, e o ano ainda não tinha acabado!

Eu me daria por satisfeito até o ano seguinte se não fosse por um detalhe crucial. Eu não podia usar o micro dessa forma! Lembram que a placa não funciona sem uma aceleradora conectada? Pois é. E não dá pra encaixar a aceleradora na placa cortada, dentro desse case. Pelo menos não do jeito convencional!

Eu estava tão perto de ter um A1200 mais compacto funcional, que desse pra brincar um pouco. Não podia parar agora! Tinha que arrumar um jeito de colocar essa aceleradora lá dentro junto com o resto! E foi assim que eu perdi o resto das férias…

Eu só consegui uma solução definitiva e satisfatória em Fevereiro de 2013! Lógico, eu não fiquei em cima disso 24h por dia. Mas gastei muito tempo das minhas férias, praticamente todo tempo que teria pra me divertir (e me diverti um bocado com essa brincadeira!), com várias tentativas.

Eu não queria nada fixo demais. Eu tinha comprado a ACA especificamente pra esse projeto. Mas e se aparecesse uma aceleradora melhor em algum momento? Eu queria poder trocar a placa, como se faz num A1200 normal, sem grandes problemas.

Então, a primeira tentativa foi fabricar uma espécie de “extensor de trapdoor”. Esses conectores usados nas aceleradoras, pra encaixar na ranhura da placa do A1200 são proprietários do Amiga. E também são impossíveis de encontrar. O próprio Jens Schönfeld, Pai das ACA, disse algumas vezes que teve que investir milhares de dólares em uma máquina que pudesse fabricar esses conectores, para viabilizar o projeto das expansões que os utilizam. E ele não vende os conectores! Ou melhor, até se propõe a vendê-los, mas faz exigências bem específicas e pesadas!

Eu também não tinha nenhuma sucata de onde tirar um desses. Então o jeito era fazer uma gambiarra “de raiz”!

Os conectores PCI possuem o mesmo espaçamento entre os contatos. Mas não possuem a dimensão correta. Mas se eu cortar 2 conectores, e colar da forma correta… será?

Primeiro separei a placa que doaria os conectores PCI:

Placa doadora dos conectores PCI

Placa doadora dos conectores PCI

Depois dessoldei os conectores. Se você nunca fez isso, não tem ideia do trabalho que dá! Só pra dessoldar essas crianças eu levei, fácil, umas 2 horas!

Conectores dessoldados

Conectores dessoldados

Agora precisava remover os pinos que estavam na direção do corte:

 

Pinos que não serão usados removidos

Pinos que não serão usados removidos

 

Tudo pronto para o corte!

Tudo pronto para o corte!

 

Cortes feitos. Agora vamos lixar!

Cortes feitos. Agora vamos lixar!

Depois de cortar, e lixar os conectores para que ficassem mais planos pra colagem, percebi que precisaria cortar ainda mais um deles, para ficarem com o tamanho correto. Feito isso, hora de medir se está tudo alinhado:

 

Testando

Testando

Removi também os 4 pinos que ficavam posicionados na direção do corte da placa. A fenda guia. Nessa posição eu colocaria mais tarde um pino para servir mesmo como guia pro encaixe. Agora é só colar os dois conectores:

 

Casamento perfeito dos contatos!

Casamento perfeito dos contatos!

Eu ainda pensaria como reforçar o conjunto. A ideia era usar uma conta metálica em volta dos conectores para que a cola não sofresse muito estresse. Mas isso era pra mais tarde. Agora eu precisava do “outro lado” do extensor. O “conector” macho!

Essas foram as doadoras. Não se preocupem, elas estavam com defeito, e não tinham mais uso a não ser doar:

Placas doadoras do que seria a ranhura, o "macho" do extensor

Placas doadoras do que seria a ranhura, o “macho” do extensor

fragmentos que serão colados

fragmentos que serão colados

Depois de cortados os pedaços que juntos formariam uma placa só, eu precisava alinhá-los, para depois colar. O melhor seria encaixar esses fragmentos no conector da própria aceleradora, usando-o como guia:

Testando o posicionamento no conector da aceleradora

Testando o posicionamento no conector da aceleradora

Agora precisava de uma base. Cortei uma tampa de baia de 5.1/4″ de gabinete torre. Ele serviria como base e também daria um acabamento um pouco melhor (assim eu esperava!):

Pedaço de plástico que servirá de base

Pedaço de plástico que servirá de base

Colando o plástico nos fragmentos de placa:

colagem da base nos fragmentos. Notem que o conjunto é mantido na posição pelo conector da aceleradora!

colagem da base nos fragmentos. Notem que o conjunto é mantido na posição pelo conector da aceleradora!

A outra face

A outra face

Agora o conjunto já podia ser removido da placa, e estava bem firme! Mas ainda feio demais!

conjunto colado (feio, é verdade!)

conjunto colado (feio, é verdade!)

Para comparar com a ranhura original da placa do A1200, coloquei uma sobre a outra:

Comparando o posicionamento dos contatos

Comparando o posicionamento dos contatos

Eu pretendia que, depois de finalizado o extensor, o posicionamento da aceleradora fosse o seguinte:

Posicionamento pretendido

Posicionamento pretendido

Vamos soldar os cabos então, porque eu estou doido pra jogar um pouco!

Terminei de dessoldar os componentes que ainda estavam nos fragmentos de placa, e cortei as trilhas de todos os contatos para evitar que houvesse alguma interligação entre elas. Depois passei uma fita crepe nos contatos deixando apenas uma ponta exposta. A fita serviu como máscara para que a solda não se espalhasse nos contatos impedindo que eles se encaixassem no conector depois. Estanhei essa parte exposta para soldar os cabos:

Fita usada como máscara para estanhar os contatos e soldar os cabos

Fita usada como máscara para estanhar os contatos e soldar os cabos

Também aparei e estanhei os pinos do conector fêmea:

Pinos aparados e estanhados

Pinos aparados e estanhados

Então comecei a soldar. Novamente, muito trabalho e tempo empenhado:

Primeira parte soldada!

Primeira parte soldada!

Bom, já tinha soldado todos os cabos nas duas extremidades. Era hora de conectar tudo, verificar, e testar!

Cabo pronto, e tudo encaixado para o teste!

Cabo pronto, e tudo encaixado para o teste!

Vista lateral do arranjo

Vista lateral do arranjo

Ficou bem razoável. E quando eu liguei… FUNCIONOU!! 😀

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=1nYSt5i0Q7s&w=640&h=480]

 

Tudo muito legal, e progredindo às mil maravilhas! Mas o tapado aqui negligenciou um detalhe crucial. O conjunto tinha que caber no case! :-/

Lógico que não coube! Eu tinha me esquecido da parte superior do gabinete, que tinha um teclado! Peguei a carcaça com o teclado do A600 ainda, e, lógico, não tinha como caber. O conector da própria ACA batia no teclado, e faltava muito pro case fechar.

Fiquei super frustrado, porque bastava eu ter colocado a aceleradora em cima da placa do A1200, já na base do gabinete, e tentado fechar com o teclado. Tudo isso ANTES de perder horas e horas dessoldando, cortando, colando, etc, etc!!! Animal!! :-p

O pior de tudo, é que eu ainda insisti. Resolvi então que não colocaria a aceleradora nessa posição, mas deslocada mais pra cima um pouco. Usaria um cabo mais comprido, e assim poderia ter mais liberdade para escolher o lugar da aceleradora. Mas ainda estava cabreiro. Por algum motivo essa ideia não me agradava tanto.

Pensei em várias outras coisas, uma mais bizarra do que a outra, e foram todas elas frustradas.

Olha só essa:

Cabo mais longo. Bizarro!

Cabo mais longo. Bizarro!

Depois, eu encontrei na casa dos meus Pais, numa sucata que ainda estava lá, mais uma placa de A1200! Essa estava mesmo irrecuperável. Então achei melhor reduzir as gambiarras, e substituí aquele conector de retalhos:

Pedaço de placa de A1200 que achei na sucata!

Pedaço de placa de A1200 que achei na sucata!

Então pensei nessa solução medonha!

Bizarrice 2!  8-O

Bizarrice 2! 😯

Meus Deus!

Meus Deus!

Funcionou. Mas… porque eu pensei nisso?!?! Medonho…

Então eu pensei em outra coisa que poderia funcionar, e seria a solução mais elegante até agora. E se eu inverter o conector da aceleradora?

Eu não queria mexer na aceleradora. Evitei a todo custo, mas já estava cansando dessa brincadeira. Então cedi, e dessoldei o conector:

Conector dessoldado

Conector dessoldado

Não bastava soldar o conector do outro lado, até porque não dava fisicamente. Eu precisava de um conector com os pinos “invertidos” (pares nos lugares dos ímpares, e vice-versa).

Então desmontei o conector. Tirei pino por pino, e fui invertendo:

Conector sendo desmontado, para inverter os pinos

Conector sendo desmontado, para inverter os pinos

Conector montado "ao contrário"

Conector montado “ao contrário”

Agora dá pra encaixar:

Conector recolocado ao contrário

Conector recolocado ao contrário

Outra vista

Outra vista

Por cima

Por cima

Soldado e encaixado na placa do A1200:

Placa encaixada com o conector invertido

Placa encaixada com o conector invertido

Bacana. Funciona também! Mas continua não fechando o gabinete. O conector impedia que a placa do A1200 assentasse, o que gerava outros problemas. Eu ainda pensei em desbastar o conector, mas não daria certo, e eu estragaria um conector raro e que fazia parte de uma placa que estava totalmente funcional. Não queria uma solução desse tipo.

Além disso, isso seria uma solução altamente específica, e que não me daria vantagem nenhuma caso precisasse substituir a aceleradora no futuro. Então, se é pra ficar preso a essa aceleradora, e se tiver que refazer o trabalho pra uma nova aceleradora caso isso venha a acontecer, melhor fazer logo algo definitivo e funcional, simples, limpo.

Então o melhor é soldar a aceleradora direto na placa, sem conectores!

Foi o que eu fiz:

Aceleradora soldada por cabo na placa do A1200

Aceleradora soldada por cabo na placa do A1200

Aproveitei a máscara da placa do A1200 e soldei cabos mais curtos. O mais curtos quanto possível. Depois soldei na ACA, no lugar onde ficava o conector original, que está guardado pra uma necessidade futura! 😉

Aproveitei a coincidência de que um furo da ACA poderia coincidir com o furo da placa do A1200, que serve para fixá-la ao gabinete original. Então cortei um estojo de latão na altura certa (desses usados para apoiar placa mãe de PC em gabinete torre) e fixei ele na ACA. Ele por sua vez apoia na placa mãe e é parafusado a ela pelo verso (detalhe em foto abaixo) Num outro furo da ACA instalei um apoio de nylon também cortado na altura certa. Ainda cortei um pedaço de cola de silicone em bastão (do tipo que se usa com aquelas pistolas de “cola quente”), e aqueci para colar numa região da placa que não tinha apoio.

Assim a placa ficou totalmente apoiada, sem sofrer estresse mecânico. Isso também evita que ela se apoie nos pinos do “clock port”, o que poderia “ferir” a ACA por baixo, rompendo trilhas.

Vista de perfil

Vista de perfil

Vista superior

Vista superior

Detalhe inferior com blindagem

Detalhe inferior com blindagem

E essa foi a solução final. Pelo menos até agora! 😀

Bom, eu estou satisfeito com essa solução. Está funcionando perfeitamente, totalmente estável, e o mais importante, agora o case fecha!! 😉

Abraços!

 

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Amiga A1200c – parte 2 – A amputação

Era 5 de Dezembro de 2012, e eu já tinha uma placa funcionando com a ACA 1232. Ela ainda tinha o defeito de não funcionar com o processador original. Só funciona com uma aceleradora conectada. Mas já que eu iria usar com uma aceleradora mesmo, quem se importa? Todo o resto parecia funcionar perfeitamente. Legal! Já dava pra pensar em como fazer a placa caber no gabinete do A600. Já que seria uma solução extrema, era importante ter a certeza de que a placa não tinha outros problemas antes de partir pra ignorância!

Olhando a placa do A1200 e comparando-a com uma placa de A600, do conector da fonte até o conector do floppy externo, tudo é “igual”. Digo, os conectores são os mesmos, com o mesmo espaçamento. No A1200, “sobram” as portas de mouse e joystick.

Na parte de cima da placa do A1200 não há muitos componentes nessa região. Mas por baixo há vários resistores e capacitores. De qualquer forma, esses componentes são todos parte do circuito dessas duas portas mesmo, e também há alguns poucos componentes responsáveis pelo circuito dos LEDs. Esses circuitos são simples, e podem ser “refeitos” separadamente.

Mas e quanto às camadas mais internas da placa? Será que há trilhas de outros circuitos importantes passando nessa região? Bom, só há um jeito de saber!

Eu precisava cortar a placa logo depois do conector de floppy externo, para que ela ficasse da mesma largura da placa do A600, e assim coubesse no gabinete. Mas antes, eu tinha que remover os componentes dessa região. Eu tinha a intenção de usá-los em outra placa, ou sei lá de que maneira, pra recompor o circuito. Também precisava marcar onde faria o corte:

Componentes removidos da parte superior, incluindo o conector de joystick

Componentes removidos da parte superior, incluindo o conector de joystick

Componentes removidos da parte inferior, somente na região do corte

Componentes removidos da parte inferior, somente na região do corte

Marca do corte na parte superior

Marca do corte na parte superior

Marca do corte na parte inferior

Marca do corte na parte inferior

 

Maravilha! Agora é só cortar!

Eu ainda estava reticente. Pensei bem, conferi tudo. Cheguei a pensar em desistir… mentira! Vamos parar com a palhaçada! Corta logo isso! 😀

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=W5fdK8F8Ayk&w=640&h=480]

Dei uma lixada pra tirar as poucas rebarbas. Vamos ver se cabe no case!

E cabe! Mas funciona?

E cabe! Mas funciona?

Ainda faltava cortar o case, porque as guias de plástico que seguram a expansão de chipram do A600 não deixavam a placa assentar. Mas isso eu fiz em 5 minutos. Galho fraco!

Antes de cortar essa placa, eu já tinha dado uma olhada pro lado, onde estava a placa de A600 que “não servia pra nada”. De repente, me ocorreu que eu poderia aproveitar pra cortar também a parte dessa placa onde ficavam os conectores de mouse e joystick. Afinal, eu já teria tudo no formato certo pra encaixar no gabinete. Isso seria perfeito e muito menos trabalhoso do que fazer uma placa do zero!

Medi uma placa sobre a outra, e dava pra cortar de forma que coubessem as duas “partes” de placa no gabinete.

Então vamos cortar essa também:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=6Oca_LFHqD8&w=640&h=480]

Dei uma lixada nessa parte também, pra remover as rebarbas, verifiquei tudo, e parecia tudo certo. Vamos ver se ela cabe junto com a outra no case:

Ambas as placas colocadas. Fisicamente, tudo indo bem!

Ambas as placas colocadas. Fisicamente, tudo indo bem!

Pronto, chega do massacre da Dremel elétrica. Vamos de volta pra bancada, porque tem muita solda pra fazer agora!

A primeira coisa a fazer era testar a placa do A1200 depois do corte, pra ver se ele ainda dava boot. Instalei as ROMs, medi pontos onde deveria ter as fontes principais, se não tinha curto pro GND. Tudo certo. Liguei. Funcionou! E deu boot no HD (depois de um reset com meu super botão)! 🙂

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=a6j5cckElbw8&w=640&h=480]

Eu ainda precisava plugar um mouse e um joystick pra testar tudo mesmo.

Comparei datasheets e os esquemas do A600 e do A1200, e cheguei à conclusão que não poderia usar o multiplexador do A600 para os sinais de mouse e joystick. Teria que usar o componente original do A1200 mesmo. A plaquinha que veio do A600 tinha o espaço certo pra ele. Mesmo número de pinos, mas ligações um pouco diferentes. Então decidi cortar trilhas e refazer com fio de cobre esmaltado, pra que pudesse fazer a soldagem mais “clean” possível do novo chip.

Componentes removidos para as modificações na placa

Componentes removidos para as modificações na placa

Aproveitei pra remover também os conectores, porque eles estavam muito enferrujados. Eu tinha outros melhores pra colocar no lugar.

Várias trilhas modificadas

Várias trilhas modificadas

Multiplexador do A1200 instalado, com as ligações refeitas. Não ficou bonito, mas eletricamente está legal

Multiplexador do A1200 instalado, com as ligações refeitas. Não ficou bonito, mas eletricamente está legal

É, eu tinha uma ideia bem mais “clean” do que isso pro resultado, mas foi o melhor que deu pra fazer naquele momento.

Já estava tudo ligado corretamente, mas eu ainda tinha que conectar essa placa à placa do A1200. Essa parte é que era difícil! Várias ligações, e eu ainda tinha que identificar os pontos de conexão na placa do A1200, que agora estava “desfigurada” e bem mais difícil de encontrar esses pontos.

Com muita calma fui fazendo as conexões, primeiro com um cabo de floppy mesmo. Era o que eu tinha à mão. Eu não tenho fotos dessa etapa, mas tem um vídeo. Notem que nessa época eu ainda pretendia chamar esse micro de A1800:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=73Sr1jIrElA&w=640&h=480]

Esse momento foi sensacional! Eu tinha ido muito além da minha meta pro fim de 2012, e ainda era dia 5 de Dezembro! Eu estava de férias, e tinha um tempinho pra mais coisas. Mas eu não conseguia parar de sorrir, e brincar com o micro! 😀

Então por mais alguns dias eu fiquei nessa, de brincar e curtir o brinquedinho.

Agora eu tinha dois problemas. O primeiro era melhorar aquela aranha gambiarrítica de fios que interligava as duas placas. Achei que a melhor solução por hora seria substituir os fios que eu usei por fio esmaltado bem fino, e um fio esmaltado um pouco mais grosso na parte de alimentação. A foto abaixo foi tirada com um celular sob pouca luz, então está horrível, mas ilustra a ideia:

Interligação das placas com fio esmaltado. Ficou mais organizado. Há mais ligações por baixo, mas não tenho fotos. As de baixo interligam alguns pontos nas portas de joystick e mouse, e os LEDs

Interligação das placas com fio esmaltado. Ficou mais organizado. Há mais ligações por baixo, mas não tenho fotos. As de baixo interligam alguns pontos nas portas de joystick e mouse, e os LEDs

Aproveitei que estava mantendo a blindagem inferior, e parafusei os conectores de joystick e mouse nela, como é usado no A600. Mas eu coloquei os 4 parafusos pra dar maior firmeza, e coloquei também um parafuso no furo destinado a prender o suporte/apoio do drive de disquetes. Assim eu podia inserir e remover joysticks e mouse sem me preocupar.

Ainda era um pouco difícil colocar e remover a placa no case, assim como acontece com a placa original do A600. Mas com o mesmo jeitinho tudo encaixou perfeitamente!

Agora precisava lidar com o outro problema. Como colocar a aceleradora nessa coisa?

O restante de Dezembro foi praticamente dedicado a isso. Eu tentei várias ideias, a maioria bem bizarra! No fim encontrei uma solução que não era exatamente o que eu queria, mas funciona.

Falaremos mais disso no próximo post!

Abraços!

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Amiga A1200c – Parte 1 – Recuperando uma placa de A1200

Como eu disse no post anterior, meu foco para o Amiga mudou um pouco. Quando eu decidi tentar realizar essa ideia, eu já estava pretendendo ter um Amiga menos expandido, e que tivesse uma “cara” mais parecida com o meu A1200 da década de 90, quando eu ainda usava disquetes. Mas nem tanto. Afinal, eu ODEIO disquetes!

Fazendo um parênteses, na verdade eu acho disquetes legais. Fui íntimo deles por muito tempo. Em um dado momento, eu arrematei uma coleção de cerca de 8000 disquetes (sim, oito mil!) de um pirata de Amiga que era muito próximo. Mas esses disquetes estavam parados há muito tempo, e muitos estavam bem mofados. No meio tinha umas pérolas que eu simplesmente não podia imaginar perder, pois não se encontrava em nenhum outro lugar. Nessa época ainda não existia Internet por aqui. E mesmo hoje, eu nunca cruzei por aí com muitos deles!

Eu desmontei milhares de disquetes, lavei, limpei, restaurei, copiei, e consegui salvar alguma coisa. Mas muita coisa interessante, boa, rara, se perdeu. Além dessa experiência desoladora, a lentidão intrínseca ao uso dos disquetes nos dias de hoje (e olha que a leitura no Amiga é mais rápida que a média!) me fazem querer distância desses monstrinhos.

Voltando ao A1200c, o grande responsável pelo pontapé definitivo nessa história foi o próprio Ritcho! Ele me presenteou com um A600 desses do Ivan. Branquinho! Não tinha nada demais. Tinha uma ROM de 1MB com os Kickstarts 1.3 e 2.0, o que já era bem legal! Mas eu tinha me desfeito há pouco tempo de um A600 super ultra, e não ia começar tudo de novo! De qualquer modo eu precisava fazer alguma coisa com esse Amiga, que foi um presente muito legal! Cheguei a pensar em comprar uma Furia, uma aceleradora que tinha sido recém lançada pro A600. Mas eu estava sem grana.

Pensei por vários dias e, me lembrei da ideia de meter uma placa de A1200 dentro daquele case super sexy. Lembrei também que na casa dos meus Pais eu ainda tinha um monte de tralhas guardadas. Hora de visitar os corôas!

Encontrei uma placa de A1200 que veio de outro Amigo. O famoso Digão! Também encontrei um outro A600. Esse eu realmente não lembrava. Mas como? Esse foi o meu primeiro Amiga! Ou pelo o case era dele. A placa já tinha doado componentes, e não podia ser recuperada. Se não me engano, eu fiz algum rolo com a placa desse micro, na época em que só tinha Amigas turbinados, e fiquei com um aplaca ruim que serviu como doadora. Mas o case, teclado e drive eram os mesmos desde 1994! O case estava bem amarelado, o teclado idem. Legal! Peguei tudo e vim pra casa.

Essa placa, o Digão deve lembrar, ficou comigo em um dos nossos vários rolos. Eu não lembro bem a circunstância, mas lembro da placa. Ela tinha defeito. Só funcionava se usasse uma aceleradora. E eu pretendia comprar uma ACA 1232 pra esse projeto. Beleza!

Eu ainda precisava de ROMs pra esse A1200. Mais uma vez, o Ritcho gravou pra mim um par de 3.1. E a ACA já estava encomendada!

Em paralelo, e muito antes de começar esse projeto, eu estava construindo lentamente um HD para usar no meu A4000, que também estava sofrendo várias reformas e modificações. Esse HD consistia de jogos apenas, e um sistema de menu usando o excelente AMS-HD, uma versão do excelente Amiga CD32 Games Compilation Toolkit do Lennon Lives, que permitia através de scripts exibir em um menu uma lista de jogos (ou qualquer outra aplicação) com screenshots. Bastava escolher um jogo para executá-lo, e no caso de um jogo com opção para sair e voltar ao sistema (como acontece com os jogos instalados com o WHDLoad), voltava-se ao menu para a próxima escolha. Isso permitia rodar jogos que demandassem mais memória, já que o sistema de menu ocupa pouca memória, e tudo de uma maneira muito conveniente!

Então enquanto eu esperava a aceleradora chegar, e enquanto reunia o material que eu precisava pro projeto, continuava a criar os scripts e screenshots, e montava o HD. Pode parecer, contando agora, que tudo isso levou umas horas. Mas isso, inclusive o fato de reunir placas e etc, levou semanas! Como eu falei antes, passos de tartaruga por causa da falta de tempo…

Quando peguei as ROMs com o Ritcho, testei logo a placa do A1200. Recoloquei antes alguns componentes que faltavam (besteira), mas ela não funcionava. E eu não tinha uma aceleradora. A minha impressão é de que ainda teria vários outros problemas, e que não conseguiria usar essa placa. Nesse ínterim, descobri que outro Amigo, o Arcângelo, tinha uma placa de A1200 novinha que não usava. Comprei a placa dele!

Testei com as ROMs e tudo funcionava. Mas ela estava muito nova, e eu estava com muita pena de mutilar a pobre. Então, a ACA chegou.

Testei com a placa boa, e funcionou. Testei com a placa com problemas, e não funcionou.

Era meados de novembro, e eu estava assoberbado de compromissos, mas estabeleci como meta tentar colocar a placa de A1200 com problemas pra funcionar, ou desistir dela definitivamente, até o fim do ano!

Pesquisei, e encontrei o primeiro defeito. Depois outro, e outro. E no fim, foram 8 defeitos no total! Talvez alguns desses defeitos tenham sido inseridos por mim mesmo, quando aproveitei peças dela pra outros Amigas, mas o fato é que no final foi muito satisfatório ver a placa funcionando!

Alguns exemplos do defeito no vídeo (apenas um dos defeitos):

Cores erradas, contraste "estourado"

Cores erradas, contraste “estourado”

Mal se consegue ler. Letras sem definição. Sinais de chroma e luma sem separação apropriada

Mal se consegue ler. Letras sem definição. Sinais de chroma e luma sem separação apropriada

 

Depois do reparo:

Agora sim! Cores corretas, contraste perfeito

Agora sim! Cores corretas, contraste perfeito

Separação de chroma e luma perfeita. Agora consegue-se ler, apesar dos artefatos causados pelo vídeo composto

Separação de chroma e luma perfeita. Agora consegue-se ler, apesar dos artefatos causados pelo vídeo composto

 

Adaptei a instalação do tal menu de jogos que estava compilando pro A4000, e copiei pro HD de 60GB que eu já tinha pro A1200, pra fazer uns testes.

Eu não tinha teclado pra placa de A1200, e por algum motivo, com essa aceleradora meu HD não dava boot quando ligava o Amiga. A placa dava boot tão rápido, que não dava tempo do HD fazer o spin up dos discos e estar pronto pra leitura. E como não tinha teclado não podia resetar o Amiga. Então instalei uma chave no Gayle pra poder resetar o Amiga e dar boot pelo HD. Mas apareceram outros problemas que exigiam que eu modificasse ainda algumas coisas na instalação do HD no próprio A1200, que não apareciam no emulador. Então eu ainda instalei um conector PS2 para plugar o teclado de CDTV que eu uso no meu A4000 e poder brincar a vontade:

Repare na pequena chave de toque ao lado do Gayle. Esse era o reset improvisado!

Repare na pequena chave de toque ao lado do Gayle. Esse era o reset improvisado!

O conector PS2 que eu instalei improvisadamente para o teclado.

O conector PS2 que eu instalei improvisadamente para o teclado.

Visão geral do arranjo para os testes!

Visão geral do arranjo para os testes!

 

Desculpem a qualidade dos vídeos. Além de muito “tremidos” (esqueci de usar o tripé), em alguns momento eu repouso a câmera para pressionar o tal botão de reset. Na verdade, esses vídeos tinham apenas a intenção de mostrar ao Ritcho a evolução que eu estava tendo com a placa. Ele acompanhou o projeto desde o início. Nós conversávamos informalmente sobre essas brincadeiras com o Amiga, já que ele também gosta muito de fuçar e modificar, e eu nunca tive a intenção de publicar esses vídeos. Mas como não tenho outro material dessa época, lá vão esses mesmo!

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=faN4q4P7eJk&w=640&h=480]

 

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=osgtDXHXNiQ&w=640&h=480]

 

E ainda era início de Dezembro. E eu já tinha uma placa funcionando (e não tinha pena dessa, ainda mais porque tinha outra), uma aceleradora, um HD, ROMs e um gabinete de A600 sobressalente com teclado, e uma placa de A600 irrecuperável. Bastante munição! Então vambora! Vamos cortar essa criança!

No próximo post… 😉

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Meu “novo” Amiga – A1200c

Essa é a minha estréia por aqui no AMX Project. Aliás, essa é a minha estréia em blogs. E eu estou pra fazer isso há muito tempo!

Meu nome é Marcelo Pires, e sou um apaixonado inveterado pelos micros da linha Amiga. Também sou conhecido como Mugo nos círculos que formam a comunidade dessa linha de computadores.

Também sou muito fã dos Apple II, dos micros Atari de 8 bits e de mais alguns outros vídeo-games. Esses foram os aparelhos que eu tive desde a infância, e logicamente são os que estão relacionados à minha nostalgia, e aos bons momentos da minha juventude!

O Ritcho, um Amigo de tempos, tem semeado essa ideia de que eu contribuísse com o blog desde que me fez o convite há mais de 2 anos. Mas a falta de tempo tem me impedido de dar o ponta pé inicial.

A mesma falta de tempo tem contribuído também para que eu progrida a passos bem pequenos no meu último projeto, iniciado há mais ou menos um ano. No entanto a ideia existe há mais de 8 anos! Mas eu tinha tantos projetos em mente, e também um foco diferente no que diz respeito à minha “coleção” de Amiga, então acabei não colocando a ideia em prática.

Esse projeto já foi realizado antes. Não estou apresentando uma ideia exatamente original. Mas eu parti do zero, reinventei a roda, e arranjei novas soluções pros problemas que apareceram no caminho. A minha intenção não era mesmo ser o primeiro, mas sim conseguir executar o projeto da forma que imaginava. E eu imaginava diversas dificuldades. Mas elas foram ainda mais numerosas do que eu esperava. Felizmente, até agora, consegui resolvê-las!

Bom, mas eu já falei um bocado, e ainda não disse de que diabos se trata esse post!

Eu queria um Amiga que fosse pequeno, ocupasse pouco espaço, pudesse ser transportado com facilidade e não levasse horas pra montar e estar pronto pra usar, porque meu tempo pra dedicar a essas coisas, como já disse antes, está reduzido ao extremo. Além disso, eu queria que ele fosse “poderoso” o suficiente pra que eu tivesse um mínimo de conforto ao usá-lo.

Eu tenho usado Amigas super expandidos há anos. Desde um A1200 com slots PCI, placas de vídeo, som e rede modernas, aceleradora com os dois processadores mais rápidos existentes pra plataforma, até meu atual A4000 com uma configuração bem parecida, mas ainda mais poderoso. Fiquei mal acostumado! Mas eu já enfrentava dois problemas há tempos:

Quando ficava sem utilizar esses micros por um tempo, ao ligá-los novamente sempre perdia algum tempo resolvendo várias intermitências e problemas com mal-contato entre as placas. No fim já não tinha tanta vontade de usar o micro. Além disso, eu sentia falta da experiência mais “clássica”. Algo que me lembrasse da época em que eu era moleque e tinha um setup bem limitado, por muito tempo com apenas um A1200 com um drive de disquetes, sem mesmo um mísero HD. Era sofrido, mas eu me divertia horrores! E eu queria um setup desses novamente.

O ideal seria um A600. Mas eu tive um super expandido, com uma aceleradora Apollo 030 e 50MHz e 32MB de RAM. E achava ele lento, além de ter os mesmos malditos problemas com mal-contato! Um A1200 com apenas uma expansão de memória transmitia uma sensação maior de velocidade, já que o chipset AGA deixa o processamento de vídeo bem mais “esperto”. E era o que eu precisava.

Mas um A1200 é quase o dobro do tamanho de um A600! Então, vamos cortá-lo e fazer caber no gabinete do A600! 🙂

Eu tinha a intenção de fazer apenas um post introdutório pra esse projeto, e aos poucos criar outros posts contando a história do desenvolvimento do projeto, com as fotos que eu fui coletando ao longo do processo. Mas já escrevi pra caramba. Então acho que vou apenas inserir algumas fotos do projeto no estado atual, e a partir do próximo post eu começo a contar melhor a história do processo.

Notem que algumas fotos foram tiradas com uma máquina fotográfica e estão com qualidade razoável. Outras foram tiradas com um celular e podem estar bem ruins. Em vários momentos eu não tinha como parar pra tirar fotos, e em outros estava tão ansioso pra terminar uma ideia que não lembrava de pegar a câmera!

Esse é o micro hoje:

Nada mal para um “A600”, né? 🙂

 

Detalhe do “logo” customizado:

Logotipo com o novo “modelo”, em papel fotográfico.

 

Por dentro:

Mais expandido que meu antigo A600, e muito mais poderoso!

 

Por fora é como qualquer A600. Mas por dentro tem uma ACA 1232 rodando a 40MHz (um leve overclock), uma Indivision A1200 MK2, HD de 60GB, uma interface para mouses PS/2 (apesar do conector USB) com suporte a wheel e um teclado novo, totalmente modificado. Esse, aliás, é um detalhe do projeto que vou contar com mais detalhes mais à frente, pois isso acabou com os problemas de mal contato definitivamente. Não tem mais aquela maldita membrana de plástico pintado pra causar problemas!

Estou esperando um emulador de drives de disquetes pra instalar no pouco espaço que ainda sobra no gabinete, e então vou cuidar de vários detalhes cosméticos. Mas atualmente o micro já funciona 100%, e tenho que dizer que é o Amiga mais estável que eu já tive!

Ainda tem muita história pra contar, mas continuo a saga nos próximos posts.

Abraços!

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Código-fonte do primeiro DOS desenvolvido para o Apple II será disponibilizado para o público

http://www.engadget.com/2013/11/13/apple-ii-dos-source-code-museum/?ncid=txtlnkusaolp00000594&utm_medium=referral&utm_source=pulsenews

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Tandy Colour Computer 2: Um texano vindo da França !

Amigos,

Diversas vezes aqui neste blog falei sobre alguns clones raros e outros bem obscuros do TRS-80 Color Computer, contudo até hoje ainda não havia falado sobre algum dos originais Tandy. Pois bem, com este artigo pretendo corrigir isto e apresentar-lhes um legítimo Color Computer 2, e um modelo bastante raro também.

Tandy “Colour” Computer 2 “versão Peritel”

Raro, pois além de ser um dos poucos modelos de Color Computer 2 fabricados para o mercado europeu, também é o único (a que se tem notícia) a vir de fábrica com uma saída de video RGB. O único Color Computer que trazia RGB como padrão foi o CoCo3.

 

A chegada:

Este micro foi adquirido no Ebay, diretamente de um vendedor na França. A maioria dos vendedores franceses não enviam para fora do país, este por acaso era um que enviava apenas para a Europa. Estava com sorte já que minha mãe estaria retornando de Portugal neste mês e poderia trazer de lá para mim. Depois do “arremate” solicitei ao vendedor que enviasse o micro para Portugal.

O micro chegou bem sujo e merecia uma limpeza e vistoria antes do uso.

O que mais chamou a atenção nesse micro, foi esta saída MiniDIN8 para a TV e onde é ligado o cabo SCART que veio acompanhando o micro.

“Colour” Computer 2 versão Peritel (e até onde se sabe, apenas vendido na França)

Cabo MiniDIN8 > SCART que veio acompanhando o micro.

 

O tradicional banho de sábado:

Como puderam notar o micro chegou bem sujo e como já é de praxe, tinha que passar pelo costumeiro banho de sábado. Fiquei com o coração um pouco pesado, pois o lacre do micro ainda estava inteiro.

Após abrir o micro, olha o que veio junto. Uma curiosidade, é que os meus outros dois Color Computers, fabricados para o mercado canadense, vinham com uma rede protegendo a grelha de entrada de ar para que crianças não enfiassem palitos ou moedas dentro do micro.

A placa veio BEM suja.

Detalhe do trafo coberto com um papelão grosso e um pedaço de borracha macia para deixá-lo bem fixo dentro do micro.

Uma descoberta boa: este micro apesar de vir de fábrica com 16Kb apenas, tem jumper de expansão para 64Kb.

O cristal oscilador tem valor diferente tanto da versão americana do CoCo (NTSC), quanto dos clones nacionais (PAL-M).

Ah..nada como um banho de sabão de coco e sol pra secar! 🙂

PCB limpa e secando ao sol. 😀

O teclado estava um pouco amarelado, então fiz um pequeno retr0bright nele também. 🙂

Placa já totalmente limpa e seca.

Os CIs padrão de um CoCo2 típico, da esquerda para a direita: ROM de 16Kb, Processador 6809, PIA 6821 e uma equivalente da PIA 6822 (SC67331P).

Em baixo, a SAM 74LS785. Acima e a esquerda, as duas memórias MB81416, perfazendo os 16Kb de RAM.

Em baixo o CI XC80652P, que dizem ser o famigerado 6847 T1. Acima um CI desconhecido que parece ser uma ROM. Não achei mais informações sobre o mesmo.

 

Cabos, mods e etc.

Bom, já que o micro veio apenas com um cabo SCART próprio para ligar em TVs européias, e visto também que eu não possuo nenhuma TV ou monitor com esta  entrada, restou-me apenas a opção de levantar a pinagem do conector MiniDIN8 para tentar assim descobrir que sinais estavam realmente saindo pelo SCART. Após um trabalho de medição seguindo a pinagem original do conector péritel até o MiniDIN, cheguei ao resultado abaixo:

CoCo2 PERITEL - MiniDIN8

Até então, eu tinha dúvidas se realmente este micro teria uma saída RGB de fábrica. O pino 6 apesar de estar como “composto”, traz apenas o sinal de luminância, ou seja, sem cor.

Tendo a pinagem já definida, tratei logo de fazer um cabo para ligar diretamente ao meu monitor LG. Porém, como eu já esperava, o monitor não conseguiu extrair diretamente o sinal de sincronia através do pino 6. Logo, tive que fazer um extensor para um cabo adaptador com LM1881 que eu já uso com os MSX. Feito isso, foi sucesso total!

Extensão para conectar o CoCo2 ao cabo adaptador com o LM1881.

Opa! Imagem em RGB perfeita no LG M1721a. 🙂

Por ser uma imagem gerada em 50Hz, ela fica menor na tela do M1721a do que a de outros micros que geram 60Hz.

Próximo passo seria realizar o upgrade de memória dos atuais 16Kb para 64Kb. Aproveitando o fato de que eu já possuia alguns CIs 4464 retirados após a expansão do meu CoCo3 para 512Kb, não perdi tempo e fiz logo a expansão.

Agora, já com o upgrade para 64Kb. Colocado o jumper apropriado e trocada as x4416 originais por duas x4464 retiradas do meu CoCo3.

No centro dá para se notar o jumper já soldado no lugar e a esquerda as novas memórias.

Todo remontado e limpo.

Testado o teclado e tudo perfeito.

Teste das cores.

Totalmente limpo e expandido para 64Kb. Agora sim, pronto para usar!

 

Conclusões:

O micro segue o padrão de construção e qualidade típica da Tandy Radio Shack, bem construído e com uma PCB de qualidade excelente. Ele é o equivalente do CoCo2B americano, com a diferença de ter saída RGB ao invés de RF.

Alguns dirão que ele não consegue exibir os color artifacts típicos de um CoCo americano NTSC. Pois é, mas pensando bem se o micro viesse apenas com RF ou video composto, ainda assim não poderia exibir os artefatos devido ao sistema PAL, utilizado na europa, e que não é capaz de gerar as cores falsas. Tendo isso em vista, a escolha da Tandy de colocar saída RGB via SCART (o que já era um padrão bem utilizado na Europa nos anos 80) foi bem feliz.

Testando o “Pooyan” no RGB.

Para quem quiser ver o álbúm de fotos completo, ele está aqui.

Espero que tenham gostado e até a próxima.

Abs,
Daniel

 

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